A rebelião IA: O Universo Geek contra-ataca

 

As IA’s vêm crescendo em um ritmo acelerado e muito se fala sobre, mas se engana quem pensa que essa história é recente. E eu não estou falando dos filmes “De volta para o futuro” ou algum outro sobre futurismo e as tecnologias que lá existem e que sonhávamos encontrar nos anos 2000, mas sim sobre realidade: 1936. Nesse ano o protótipo de IA que conhecemos hoje surgiu com a máquina de Turing. Esse matemático fez a primeira máquina a operar e executar a partir de algoritmos!

O ser humano evolui (igual Pokémon) com tempos de crises. Isso é antropológico. E foi após a Segunda Guerra que cientistas de diversas áreas (incluindo Turing) focaram em criar um cérebro artificial – e vem dessa época o termo inteligência artificial (1956). E vocês sabiam que o primeiro chat que dialogava com humanos sem dificuldade, foi criado em 1966? Eliza foi a primeira versão do que conhecemos tão bem hoje.

Eliza andou para que Alexa pudesse voar. Avançamos na história para a primeira IA de smartphone, a Siri, criada em 2011. E daqui pra frente nem precisa falar por onde estão as IAs, não é mesmo?

Bom, dado o resumo histórico sobre IAs, é importante entrar na atualidade e pensar sobre as polêmicas questões da tecnologia e seu uso. É uma vertente de grandes debates recentes a substituição de manuseio de seres humanos por IA em diversas aéreas. Substituição em empregos (a exemplo dos totens de fast food ou atendimento automatizado em telemarketing), nas artes (IA que faz ilustrações, escreve livros ou cria flyer de marketing) e em tantas outras áreas. Existem muitos benefícios sim do uso de IAs, mas alguns entram num limite muito perigoso com relação à ética humana.

Como aqui falamos sobre conteúdos geeks, vamos recordar dois bem recentes e que dividem opiniões: dublagem e ilustração IA. O Prime Video lançou alguns conteúdos com dublagem IA e foi alvo de duras críticas do público acerca da péssima qualidade de emoção do material. A ideia da dublagem IA é usar a voz do próprio ator e traduzir para o país que assiste. Existe uma grande campanha dos dubladores e apoiadores (aos quais nos incluímos) sobre a #dublagemviva, que luta para que no Brasil a dublagem não seja virtualizada e sim hajam padrões éticos para usar a voz!

Outro exemplo dos questionamentos é o fato de uma empresa poder comprar “a voz” de um dublador por um alto valor e seguir usando-a sem precisar do ator, mesmo depois dele ter falecido. Mas será que é justo com essa grande área de trabalho? Um debate ético a ser muito debatido ainda.

Sobre o assunto ilustração é comum vermos eclodirem nas redes sociais ‘trends’ de “transformar” fotos em ilustrações diversas. Uma das mais recentes foi do Studio Ghibli, famoso por belíssimas animações e filmes de grande qualidade e beleza. As IAs conseguem codificar o estilo das artes e qualquer um pode transformar uma foto em material no mesmo estilo. O ponto é que da inocência de uma trend surgem questionamentos sobre os limites do uso de IA, uma vez que há um criador daquele traço que não deu essa autorização. E muitos artistas ganham a vida com algo que a IA faz sem qualquer cuidado ético necessário e também sem qualidade como uma arte viva… Inclusive outra campanha que existe nas redes é o #arteviva.

Fato é que as IAs chegaram para ficar e muito delas são benefícios, mas assim como em tudo que se relaciona com evolução e tecnologia, é necessário perguntar: qual o limite disto? Não acredito que precisamos temer uma rebelião das máquinas estilo apocalipse de Exterminador do Futuro, mas que precisaremos cuidar o humano por trás de todo esse processo para que sigamos com ética avançando na tecnologia. Uma jornada nas IAs é necessária…

*Andrei Viana é pedagogo e produtor de conteúdos relacionados à cultura geek. Criador do canal do YouTube PadaYou, também participa da programação e realiza a cobertura de eventos do segmento. No Instagram @1padayou, divulga diversos materiais sobre o universo nerd.

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