Cirurgia plástica: uma questão de saúde e qualidade de vida

 

O conceito de saúde envolve o bem-estar físico, emocional e social. A cirurgia plástica lida não apenas com o bom funcionamento do organismo, mas também com a autoestima e o aspecto emocional das pessoas. Essa mentalidade vem ganhando, cada vez mais, adesão do público. Aqui em Gravataí, no Hospital Dom João Becker, recebo muitas pacientes interessadas, principalmente, na inclusão de próteses mamárias, lipoaspiração e abdominoplastia.

O papel do médico vai muito além do procedimento em si. No consultório, tenho a oportunidade de analisar toda a saúde do paciente, seja ginecológica, cardíaca ou pulmonar, antes da cirurgia. Nosso maior desafio ainda é alinhar a expectativa do paciente com o resultado do procedimento.

Importante destacar que qualquer pessoa pode estar elegível para uma cirurgia plástica, no entanto, alguns precisam aguardar o momento certo para reunir condições adequadas. É necessário avaliar critérios de saúde, como peso e altura, presença de doenças crônicas, tabagismo, além de questões sociais, como a rede de apoio para o pós-operatório, entre outros aspectos.

A cirurgia plástica ainda é predominantemente feminina, sendo que 80% dos pacientes são mulheres. O instinto feminino de buscar o padrão de beleza desejado costuma ser maior que o masculino. No entanto, cada vez mais homens têm procurado o consultório. As redes sociais facilitaram o acesso deles a imagens e vídeos de procedimentos com ótimos desfechos, o que os ajuda a perder uma certa vergonha ou preconceito. Os maridos das pacientes têm se interessado bastante, pois veem, na prática, os resultados obtidos por suas esposas.

A colocação de próteses mamárias, além da lipoaspiração e da abdominoplastia, está entre os procedimentos mais procurados no momento. No caso do silicone, as mulheres buscam um corpo com formato mais harmônico, mais proporcional. Nesse contexto, as mamas costumam ser uma fonte de incômodo. Flacidez ou a necessidade de aumento dos seios são questões recorrentes no consultório. Sendo assim, junto à paciente, é definido o formato da prótese adequado ao tipo de tórax. Também são levados em consideração o tipo de pele, a musculatura e os desejos da paciente, além de fatores como a intenção de engravidar ou emagrecer, por exemplo.

Já a abdominoplastia é uma cirurgia que remove o excesso de pele do abdômen e corrige a musculatura. Geralmente são elegíveis as pacientes que passaram por gestações, que emagreceram significativamente ou que já possuem um abdômen com musculatura frágil ou flácida. Essa cirurgia é recomendada tanto para mulheres quanto para homens.

A lipoaspiração, por sua vez, é a cirurgia que mais gera dúvidas e comentários. Existem diferentes tipos. Na lipoescultura, a gordura é retirada de áreas que incomodam e enxertada em regiões que se deseja mais volume. O exemplo mais comum é no glúteo, o que permite uma cintura mais definida e melhor proporção corporal. Há também a lipo HD, que realça a definição da musculatura.

Em suma, a cirurgia plástica muitas vezes marca o início de uma conscientização, focada na qualidade de vida. A partir do procedimento, é comum que o paciente sinta vontade de se cuidar ainda mais, praticar atividades físicas, se alimentar melhor, preservar seu corpo, se amar! A plástica é, portanto, parte da saúde, sim! É um reencontro consigo mesmo!

*Daniele Pavanello é médica, especialista em cirurgia plástica, e atua no Hospital Dom João Becker. A profissional foi a entrevistada de ontem (10/6) do programa Papo de Saúde, uma parceria do hospital com o Giro de Gravataí.

Clique aqui para assistir o programa, transmitido pelo Instagram.

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