Medidas dos EUA ameaçam R$ 1,92 bilhão da economia do RS, aponta Fiergs

A elevação de tarifas de importação por parte dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros poderá causar um impacto direto de R$ 1,92 bilhão na economia do Rio Grande do Sul. A estimativa consta em um estudo técnico divulgado pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), que alerta para os efeitos da medida sobre um setor altamente dependente das exportações, especialmente para o mercado norte-americano.

O levantamento de sete páginas revela que o Rio Grande do Sul será o segundo estado brasileiro mais atingido pelo chamado “tarifaço”, que começa a vigorar em 1º de agosto. Com uma economia que somou R$ 706,8 bilhões em 2024 — equivalente a 6% do PIB nacional, segundo o Departamento de Economia e Estatística do Estado (DEE) —, o Estado poderá ver parte de seu desempenho comprometido.

Conforme o documento da Fiergs, a medida norte-americana poderá reduzir o Produto Interno Bruto brasileiro em 0,16%, o que representa uma perda estimada de R$ 19,2 bilhões. O peso maior recai sobre regiões mais vocacionadas à exportação, como é o caso do Rio Grande do Sul, onde quase 19% do faturamento da indústria vem do mercado externo, contra média nacional de 16,4%.

Os Estados Unidos são hoje o principal destino das exportações industriais do Estado, com cerca de 1.100 empresas gaúchas vendendo diretamente para o país, o que representa 10% do total nacional. Somente os segmentos industriais mais dependentes da relação comercial com os EUA empregam cerca de 145 mil pessoas no Estado. Destes, 21,2% estão concentrados na indústria de transformação.

Entre os setores mais expostos às tarifas, destacam-se os produtos de metal (45,8% dos embarques voltados aos EUA), máquinas e materiais elétricos (42,5%), madeira (30,1%), couro e calçados (19,4%) e celulose e papel (14%). Em termos de ramos industriais, os mais vulneráveis são armas de fogo (85,9% das exportações destinadas ao mercado norte-americano), calçados de couro (47,5%) e móveis de madeira (18,3%).

O estudo também destaca os setores que mais empregam no Rio Grande do Sul dentro da indústria de transformação, como a fabricação de calçados de couro (31.555 postos), móveis de madeira (30.748), peças e acessórios para veículos (12.226), produtos de metal (10.549) e o abate de bovinos (9.254).

© Copyright 2025 Giro de Viamão - Todos os Direitos Reservados.