A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) divulgou o relatório do primeiro ano de monitoramento da qualidade da água superficial quanto à presença de agrotóxicos no Rio Gravataí. Amostras foram coletadas entre abril de 2023 e maio de 2024 pela equipe técnica do Departamento de Qualidade Ambiental (DQA), com o objetivo de avaliar os impactos potenciais desses contaminantes sobre os recursos hídricos da região.
O estudo foi desenvolvido por meio do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados, do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Foram analisadas 141 amostras das matrizes de água e sedimento, coletadas mensalmente em sete pontos de monitoramento da bacia hidrográfica nos municípios de Gravataí, Cachoeirinha, Viamão, Santo Antônio da Patrulha e Glorinha. Os dados foram verificados pelo Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (LARP), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
De acordo com o relatório divulgado pela Fepam, 20% da área total da bacia do Rio Gravataí é ocupada por atividades agrícolas. Os principais produtos são arroz, mandioca e cana-de-açúcar, sendo que a produção de soja apresentou crescimento significativo nos últimos anos; já na pecuária destacam-se as criações de bovinos e de aves.
Os resultados das análises identificaram a presença de 43 diferentes ingredientes ativos, entre herbicidas, fungicidas e inseticidas. Foram encontrados ingredientes ativos de uso irregular – ametrina, fenoxicarbe, propoxur e hidróxido de fentina –, que não possuem autorização para comercialização no Rio Grande do Sul, além do composto carbendazim, proibido no Brasil desde agosto de 2022. No caso do carbendazim, o estudo aponta que sua presença no ambiente pode estar associada à degradação do tiofanato-metílico, ingrediente ativo ainda autorizado para uso e comercialização no país.
Para conferir mais detalhes do estudo, acesse o site da Fepam neste link.
Foto: Evandro Rufatto/Sema