Processos do Ministério Público do RS passam a ser analisados por inteligência artificial

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) iniciou, nas últimas semanas, a utilização de um sistema de inteligência artificial (IA) voltado à análise de processos e organização de depoimentos. A ferramenta, desenvolvida pela empresa Xertica — parceira da Google —, está em fase de testes internos e tem lançamento oficial previsto para a segunda quinzena de agosto.

A tecnologia permite a geração de resumos automáticos de peças processuais, a organização de documentos em diferentes formatos — como texto, áudio e vídeo —, e auxilia na redação de petições. Integrada ao fluxo de trabalho de promotores e procuradores, a IA tem se mostrado eficiente principalmente na análise de grandes volumes de depoimentos e na preparação de audiências.

Entre os primeiros resultados observados, estão a economia de tempo nas rotinas dos membros do Ministério Público e a possibilidade de manter a tramitação de processos mesmo em situações atípicas, como a ausência de testemunhas. A ferramenta também reúne, de forma automatizada, vídeos e registros relevantes para a atuação do órgão, permitindo uma análise mais ágil e precisa das provas.

Desenvolvida sob o princípio de preservar a centralidade do ser humano nas atividades do MPRS, a plataforma opera de forma isolada, sem conexão com outras instâncias da nuvem pública. A contratação foi feita por meio de licitação lançada em fevereiro de 2024 e concluída em setembro do mesmo ano, sem custos ao Ministério Público, segundo a instituição.

O nome oficial da plataforma ainda não foi definido. Até lá, a ferramenta segue em uso restrito, com relatos positivos por parte dos membros do MPRS, que participam do processo de avaliação e aperfeiçoamento do sistema.

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